sexta-feira, 7 de março de 2008

Sobre as pesquisas com células-tronco embrionárias


Amigos e camaradas,


Muito se tem falado atualmente sobre as pesquisas com célula-tronco, e sobretudo, as embrionárias. Sinto-me no dever de compartilhar com vocês alguns “pontos”. Sou imensamente a favor das pesquisas científicas e do avanço tecnológico que colaboram com o desenvolvimento e melhoria das condições de vida, principalmente após ter convido dia-a-dia com alguns irmãos sofredores e menos favorecidos, portadores de diversas doenças e anomalias, que dependiam integralmente do cuidado e atenção de outros. A busca da cura é um desejo legítimo e a ciência deve ser apoiada e encorajada a encontrar soluções para as doenças e deficiências humanas.


É justamente por amor à vida, e no desejo que ela seja plena para todos sem exceção e nem exclusão, que, juntamente com a Igreja, sou contra a pesquisa com células-tronco embrionárias, porque neste caso é necessário destruir o embrião para obter essas células.


Baseada não em sentimentalismo ou ideologia, mas em sólidos dados científicos, pode-se afirmar que a vida do ser humano começa na fecundação do óvulo, quer isso aconteça naturalmente no ventre da mulher, quer artificialmente, em laboratório. A fecundação in –vitro é um avanço tecnológico estupendo, que torna possível que muitos casais, impossibilitados pela natureza, possam ter filhos. Mas fecundar embriões desnecessariamente, apenas a título de “reserva” ou para pesquisas tecnógicas e científicas constitui desrespeito ético e moral ao ser humano no primeiro e mais frágil estágio de sua vida. Destinar o uso de “embriões congelados”, (logo, seres humanos no início da sua evolução) a ser objeto de pesquisa significa um verdadeiro genocídio! Uma solução simplista pra um “problema” criado em laboratório...


Além disso, existe a possibilidade da utilização, para fins de pesquisas, das células adultas e também das células embrionárias obtidas no líquido amniótico e na placenta. Ou seja, não é necessário extinguir os embriões. Ao contrário do que se afirma, a pesquisa científica não seria atingida de modo substancial na declaração de inconstitucionalidade da lei que está em julgamento, já que existem outras possibilidades. Aliás, é importante ressaltar que não há sequer um resultado positivo com pesquisas com células-tronco embrionárias, ao longo dos últimos dez anos. Por outro lado, existem inúmeros resultados positivos das pesquisas com células-tronco adultas, que não apresentam dilemas éticos.


Não está em discussão um problema de fé, mas apenas de ciência e de direito. O que estamos discutindo é a inviolabilidade do direito à vida, assegurada pela Constituição Federal. Falam por aí de apelo sentimental por parte de crenças religiosas e grupos ligados à Igreja. Vejo um apelo sentimental muito mais forte quando a mídia explora o sofrimento dos os deficientes e familiares, no desejo de convencer a população a aprovar uma lei que para beneficiar alguns sacrificará a vida (e não a “suposta vida”) dos milhares de embriões que serão destinados à pesquisa, e dos tantos outros que serão desenvolvidos exclusivamente para este fim. Como se embrião não fosse vivo, tampouco ser humano...

Vamos refletir!

Beijocas a todos!!

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