quinta-feira, 21 de abril de 2011

Hoje quero o sol batendo no meu coração,
Quero vida, quero luz, ressurreição
Quero um abraço apertado, e um cantil pra guardar as lágrimas
Quero um repouso para a alma abatida e a cabeça cansada
Quero me embriagar de perfume e de alegria
Quero encontrar meus fragmento dispersos, minha face perdida
Quero recolher os pedaços espalhados
Quero amar sem medida
Voltar a ser o leão que ruge, o pássaro que canta, a flor que embeleza,
Quero ser "o ser" que louva, a menina que sorri, a mulher que reza...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

ou isto ou aquilo





PORQUE TEMOS SEMPRE QUE ESTAR A ESCOLHER ALGO?!?!?!??!


"Ou se tem chuva ou não se tem sol,ou se tem sol ou não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo dinheiro e não compro doce,ou compro doce e não guardo dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo, se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda qual é melhor: se é isto ou aquilo."

Cecília Meirelles

quarta-feira, 29 de julho de 2009

e para descontrair...





Viver vale a pena
mesmo que o pão seja caro
e a liberdade pequena

Compreensão




"A compreensão dos demais começa com o esforço de tentar compreender-se a si próprio. Necessitamos estar lutando para superar nossos próprios preconceitos, para evitar sentimentos indignos ou desnecessários que obstaculizam nosso processo de melhora. Conhecendo nossas próprias fraquezas, se trata de evitar as circunstâncias que as provocam, ou pelo menos, preparar-se para não cair outra vez no mesmo sentimento ou no mesmo comportamento. Isto é saber retificar. A retificação pode ser aplicada a atos injustos realizados frente aos demais, mas saber retificar é um ato imprescindível para a compreensão de si próprio. Quando chegamos a reconhecer as principais causas de nossos estados de ânimo ou de nossos próprios comportamentos, é essa compreensão que dá força para buscar a ajuda necessária e voltar a começar.

Entretanto, nunca chegaremos a nos conhecer nem a nos compreender totalmente -muito menos, aos demais- porque o ser humano é um ser misterioso."________________________________________

Do livro "A educação das virtudes humanas e sua avaliação", de David Isaacs.

Quero colo!!!!!!!!



Aos meus amigos humanos (e não aos super-heróis porque eles não precisam!) que de vez em quando ficam tristes, carentes, querem colo, sossego, uma cama cheia de endredons e uma xícara de chocolate quentinho
E NÃO PODEM TER PORQUE ESTÃO NO TRABALHO!!!!!!!!!!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

É proibido (Pablo Nerruda)

- É EXPRESSAMENTE PROIBIDO NÃO LER ATÉ O FIM!!!!) -


É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,

Não transformar sonhos em realidade.
É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.
É proibido deixar os amigos

Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.
É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,

Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.
É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,

Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.
É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,

Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos se
desencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.
É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,

Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.
É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,

Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.
É proibido não buscar a felicidade,

Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.
É Proibido

terça-feira, 30 de junho de 2009

Cansaço!!!!




Férias chegando.....eba!
Estou um caco, cansada de correr e correr, mas feliz da vida, por tudo que ela - e sobretudo "Ele" - tem me dado!
Acho que este cansaço me deixa muito sensível: qualquer coisa boa e bonita me emociona e qualquer coisa desagradável me irrita. Aí é u ó....sem comentários...
Acho que tá na hora de "monasticar" uns dias!!

- quadrinho retirado do site http://bichinhosdejardim.com/ - visitem!!!!

Palavras


Depois de uma longa jornada, três pequenos textos escritos em dias aleatórios, percepções captadas do (meu) mundo, interior e exterior que abordam de alguma forma a questão da dor, da decepção, da incerteza....e, da esperança.


“ Pisaram - sussurrava ela, chorando por dentro – pisaram em minhas flores...O coração dói, sabe?! Parece que um vento gelado passou pela alma e golpeou a esperança. Dói aqui dentro e nada faz parar esta dor. E ela ficou lá, quieta e silente. Ela e as flores pisadas. Ela e a esperança ferida. Ela e sua dor.”
(26/05/2009)


Eu vejo passos, pontos, linhas,
Eu vejo rastros
Eu vejo cacos:
De coisas, de gente
Olhares cansados e braços que procuram aconchego.
Ouço suspiros fundos de quem procura a própria alma
E os sonhos que se perderam pelo caminho.

Sobre os escombros eu vejo um broto.
Será a esperança?
(30/06/2009)

“A tragédia faz emergir forças insuspeitadas em algumas pessoas. Por mais devorador que seja, o mesmo sofrimento que derruba faz voltar a crescer.”
(Lya Luft em Perdas e Ganhos)

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Soneto para meu amor


Escrevi...
.
...tentando ritmar através de palavras descompassadas
as batidas e a alegria do coração...
.
Pax
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.

Soneto para meu amor
.
Amar-te eu não esperava
Com tal intensidade insana
Que me faz cantar com arte
E alegria sobre-humana

A canção só dos amantes
Só por eles entendida:
Que se canta sem palavras,
Com deleite é sentida.

Tal silêncio perpassa, eloquente,
o tempo, a prosa, a rima
e estende-se eternamente.

Num ímpeto de amor o coração palpita
e a alma se dilata e canta
esta canção infinita.
.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Olhinhos de Gato




“O assoalho que os outros pisam indiferentes, tem, no entanto, suas paisagens secretas. É porque ninguém contempla muito as linhas e as cores da madeira. Algumas, na verdade, são lisas, da mesma cor, em tons de pele humana – amareladas, róseas, morenas. Outras, porem, encerram desenhos tais que, olhando-se para dentro delas, poder-se-ia dispensar qualquer lugar do mundo. A princípio parecem apenas riscos, sem nenhuma significação. Mas pouco a pouco se observa que há ondulações de águas, praias, montanhas, um estremecimento de pássaros, florestas densas, que escurecem – logo um súbito jorro de estrelas e de luas, borboletas infinitas adelgaçam as asas riquíssimas, e santos de mãos postas pairam por cima de encrespadas nuvens... Há um outro mundo, no assoalho que se pisa indiferente. [...]
Há outros mundos, também, noutras coisas esquecidas; nas cores do tapete, que ora se escondem ora reaparecem, caminhando por direções secretas. As pessoas de pé, olhando de longe e de cima, pensam que tudo são flores, grinaldas de flores...flores... Mas Olhinhos de Gato bem sabe que ali há noites, dias, portas, jardins, colinas, plantas e gente encantada, indo e vindo e virando o rosto para lhe responder, quando ela chama...
Por isso é tão bom andar pelo chão, como os gatos e as formigas. Por baixo das mesas e das cadeiras reina uma frescura que a madeira conserva como a sombra que projetou no tempo em que foi árvore. “O assoalho que os outros pisam indiferentes, tem, no entanto, suas paisagens secretas. É porque ninguém contempla muito as linhas e as cores da madeira. Algumas, na verdade, são lisas, da mesma cor, em tons de pele humana – amareladas, róseas, morenas. Outras, porem, encerram desenhos tais que, olhando-se para dentro delas, poder-se-ia dispensar qualquer lugar do mundo. A princípio parecem apenas riscos, sem nenhuma significação. Mas pouco a pouco se observa que há ondulações de águas, praias, montanhas, um estremecimento de pássaros, florestas densas, que escurecem – logo um súbito jorro de estrelas e de luas, borboletas infinitas adelgaçam as asas riquíssimas, e santos de mãos postas pairam por cima de encrespadas nuvens... Há um outro mundo, no assoalho que se pisa indiferente. [...]
Há outros mundos, também, noutras coisas esquecidas; nas cores do tapete, que ora se escondem ora reaparecem, caminhando por direções secretas. As pessoas de pé, olhando de longe e de cima, pensam que tudo são flores, grinaldas de flores...flores... Mas Olhinhos de Gato bem sabe que ali há noites, dias, portas, jardins, colinas, plantas e gente encantada, indo e vindo e virando o rosto para lhe responder, quando ela chama...
Por isso é tão bom andar pelo chão, como os gatos e as formigas. Por baixo das mesas e das cadeiras reina uma frescura que a madeira conserva como a sombra que projetou no tempo em que foi árvore. É desse lado que se pode ver como certas coisas são feitas: recortes, parafusos, encaixes, pedaços de cola... É desse lado que as coisas são naturais e verdadeiras, como nós, quando nos despimos.”

- Acabo de ler OLHINHOS DE GATO, de Cecília Meireles. Não vou fazer uma análise de texto aqui né...rsrs... mas este é um dos trechos que mais me chamaram atenção, por causa do exemplo simples que foi usado (as imagens-vida observadas na madeira do assoalho)e modo como ela fala das "paisagens secretas" - aquelas que existem porém só são percebidas se observadas através de um olhar profundo, interiorizado, contemplativo.
Como lemos acima: "É desse lado que se pode ver como certas coisas são feitas(...). É desse lado que as coisas são naturais e verdadeiras, como nós, quando nos despimos.”


A propósito, o desenho da capa não se parece comigo?!?!?!??!?!?!?!

sexta-feira, 13 de março de 2009

Presente para os amigos



(Esta semana nem deu pra escrever nada, mas depois volto com mais calma. Mesmo assim, não poderia deixar de me fazer presente de outra forma, com criatividade...Bjocas a todos e paz ao coração!)

quinta-feira, 5 de março de 2009

Construção - Des.construção - Re.construção





É sempre necessário olhar-nos a nós mesmo com um novo olhar. A realidade e o momento presente sempre nos oferecem inúmeras possibilidades de ser e reagir. Pode ser um erro, um chacoalhão, um choque, um acerto, um gozo, enfim, qual vida estaria isenta de dramas e escolhas? Mesmo que o coração anseie coisas mais altas, é preciso sempre voltar os pés para realidade.
Em nossa caminhada estamos sempre a construir. É quase impossível permanecermos inertes: com nossos sonhos, anseios, sentimentos e percepções construímos pontes, construímos muros, construímos castelos. Muitas vezes construímos na areia. Imagens que figuram como se fossem a realidade. Quero dizer que inúmeras vezes substituímos a realidade pela imagem - moldada às nossas convicções e anseios - que temos dela. Neste caso é preciso des.construir para poder acolher o real. É preciso des.construir o “ideal” que fazemos de Deus para que Ele se faça realmente presente, para que o acolhamos tal qual Ele é, tal qual se revelou na pessoa de Cristo; é preciso des.construir o ideal que fazemos das pessoas para que elas possam ser quem realmente são e assim termos certeza que as amamos (ou não) verdadeiramente; é preciso des.construir a imagem ideal que temos de nós para abraçar a realidade com seus limites e imperfeições poder re.construí-la nos seus verdadeiros moldes: à imagem e semelhança de Deus.

Isto é desafio! Dói, exige, constrange. Porém a verdade nos compele, sempre...

Ao longo do percurso poderemos cantar com o coração livre e feliz, parafraseando Cecília Meirelles: "aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira".

quarta-feira, 4 de março de 2009

Sobre o amor




Pessoas, estava aqui a pensar na frase da Clarice Lispector:
"Mas há a vida que é para ser intensamente vivida, há o amor. Que tem que ser vivido até a última gota.Sem nenhum medo. Não mata."
Tá bom Clarice, não mata! Mas dói um bocado. Por isso as vezes dá um meeeeeedo na gente...

(o quadrinho acima é do blog "Bichinhos de Jardim". Nasceu para abrigar o maravilhoso e inteligente trabalho da cartunista petropolitana Clara Gomes. Eu sou fã e recomendo!!! visitem: http://bichinhosdejardim.com/)

Remexendo no baú de dores



Ontem o dia estava pesado e difícil - por dentro - Sentia-me frágil como uma folha ao vento, com um soluço preso na garganta e o peito apertado...
Remexer em nosso "baú de dores" nunca é fácil. É preciso muito equilíbrio e maturidade para não deixar que os fantasmas da nossa memória tumultuem o momento presente, que realmente é um presente, um dom de Deus para nós. Fato é que podemos deixar esses fantasmas (escondidos no castelo de nossa memória afetiva)tomarem corpo e vida, e pior, tomarem a nossa própria vida, roubando-nos a alegria, liberdade e vivacidade. Como é fácil nos deixar levar por uma ventania de impressões, de medos, de inseguranças que NA GRANDE MAIORIA DAS VEZES NEM SÃO REAIS, existem apenas na nossa imaginação, nos nossos registros interiores.
É preciso coragem para encará-los de frente e paciência para esperar que eles se dissipem através de um profundo e verdadeiro processo de auto-conhecimento, de superação e de amor próprio (não egoísmo, que só reforça a auto-piedade e inércia interior, mas amor-próprio verdadeiro, nascido da experiência de quem se conhece, quem "toca" com as mãos a própria miséria e ainda assim se sabe amado por Deus.

Chegou-me este texto da Lya, como um abraço. Consolo para dias gris...Deo gracias...

"Canção na plenitude

Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
agrandada pelos anos e o peso dos fardos
bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)

O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias."

O texto acima foi extraído do livro "Secreta Mirada", Editora Mandarim - São Paulo, 1997, pág. 151.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Artista...ou arteira!



Essa é a "arte" que fiz na tarde de ontem, naqueles hiatos de folga ao longo do expediente!
Parece coisa de criança, eu sei! Mas...e daí?!
Quando a gente está amando, tudo ganha um novo sentido!

Paz e bem!



Quando estava de férias, quis aproveitar para ler um pouco mais. Por indicação do Lê (Oi Lê, você me lê??? rsrs) resolvi ler Lya Luft. Não achei o 'Perdas e Danos', mas a Déia me emprestou o seu 'Pensar é transgredir' (vou devolver, prometo..mas antes reemprestei à outra amiga....). Um livro gostoso de ler, com contos curtinhos. ma.ra.vi.lho.so!! Gosto do jeito da Lya escrever. Tem um conto em particular, que me chamou atenção. Eu o li num sábado de manhã. Amo os sábados, sobretudo os sábados de manhã. Me parecem sempre frescos, alegres. Talvez por ser um dia dedicado à Nossa Senhora, a mãezinha do Céu que eu tanto amo. Também porque é um dia livre, de descanso, de cuidar de si e da casa, de dormir mais e também sair sem se preocupar com o dia seguinte, ouvir música, tocar violão...O conto enfeitou o sábado, e me trouxe presente muitas pessoas que convivi e que amo de montão. Sabe quando a gente lê algo e pensa: queria que tal pessoa lesse isso..? Então! O conto me fez abraçar algumas amigas que naquela hora estavam fisicamente longe, mas sempre presentes no meu coração. Falo da Iza, da Clara, da Lu, da Paty, da Rê, da Dri, da Chris, da Mari, e também do Dani, do Dal, enfim...pedaços de mim.

Achei o texto na net. Vou deixar aqui, inteirinho como a Lya escreveu, sem cortes, da mesma forma que o meu coração é de vocês.

bjocas

"Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos.
Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.
Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo.
Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: "Parar pra pensar, nem pensar!"
O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação.
Sem ter programado, a gente pára pra pensar.
Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se.
Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto.
Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.
Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.
Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo.
Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos.
Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.
Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.
Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado.
Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.
Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.
Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for.
E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer."

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Os seis GRANDES perigos que atacam e destroem a vida em nós




Os seis GRANDES perigos que atacam e destroem a vida em nós:
rotina, mediocridade, omissão, apego, preocupação e idolatria


O primeiro deles é «a rotina». «É a preguiça, pois a rotina torna a vida sem graça, monótona, sem expectativa de melhoria e de transformação. A rotina é a morte do cotidiano, o desprezo dos valores e das maravilhas. É um caminho destrutivo», destaca.

Em segundo lugar a mediocridade. «A pessoa medíocre não quer saber de estudo, da participação, de transformação. Vive na alienação, contenta-se com o menos, não quer compromisso.» «Faz um 'pacto com mediocridade', isto é, com uma vida sem sacrifício, sem lutas, sem responsabilidade com muita indiferença e desinteresse. A pessoa medíocre é inimiga da disciplina e do sacrifício, gosta de gabar-se de seus pecados e de criticar e diminuir os outros. Desposa a superficialidade.
A mediocridade pode ser curada com a força de vontade, buscando convicções e mudanças construtivas.

Em terceiro lugar: «as omissões». «Omissão é deixar de fazer o que devemos e podemos, como também, fazer mal o que podemos fazer de um modo bem melhor».
«A omissão é escape, fuga, desinteresse, irresponsabilidade. O mundo seria outro, se não fôssemos omissos e acomodados».
As omissões podem ser vencidas «adquirindo o senso de justiça, a sensibilidade pelos outros, a compaixão pelo irmão e principalmente a autenticidade».

Segue-se «o apego», «raiz do sofrimento moral». «Nossas brigas, ciúmes, discórdias, divisões são frutos do apego. Quem é apegado vive numa prisão. É escravo da dependência. Não tem liberdade interior. Não é capaz de discernimento».
«O apego nos impele à posse dos outros, das coisas e de nós mesmos. Isso gera muito sofrimento porque precisamos defender nossos apegos. Quando perdemos o objeto do apego ficamos raivosos, tristes, decepcionados, porque somos escravos, dependentes, condicionados pelo apego.»
O único caminho de libertar-se do apego «é abandonar o objeto de apego, cuja recompensa é a liberdade interior, que significa sermos livres do mal, para nos tornamos livres para a prática do bem. Vencemos o apego pela consciência do seu negativismo».

Em quinto lugar, o perigo da preocupação. «A preocupação antecipa problemas, aumenta as dificuldades, desgasta as pessoas e não resolve nenhum problema».
«O que resolve é a ocupação. Além de prejudicar a saúde, a preocupação dificulta a convivência, alimenta o negativismo, o stress e agressividade. Resolvemos o problema da preocupação com a fé na Providencia Divina, com a previsão das soluções, com o bom senso e o discernimento. Mais solução, menos preocupação»!

Por último: o perigo da «idolatria». «É tudo o que colocamos no lugar de Deus e endeusamos. Os grandes ídolos hoje são o poder, o prazer, o ter desordenados».
«Quem adora a Deus obedece o mandamento do amor a Deus, busca crescer na fé, livra-se dos ídolos. Adorar em espírito e verdade.

(D. Orlando Brandes, Arcepispo de Londrina/ PR- Brasil)

Tá, eu sei que faz um tempinho que não estou escrevendo. Como diz Adélia Prado: "Não tenho tempo para mais nada, ser feliz me consome..." (podem entender literalmente!!) mas ler este texto de D.Orlando foi um estalo!
Bjocas

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Licença de dormir




Eu quero uma licença de dormir,
perdão pra descansar horas a fio,
sem ao menos sonhar
a leve palha de um pequeno sonho.
Quero o que antes da vida
foi o sono profundo das espécies,
a graça de um estado.
Semente.
Muito mais que raízes.
.
(Adélia Prado)


O corpo dói. Cabeça, costas, pescoço, varizes. O corpo dói, mas o coração está feliz. Outrora o corpo estava bom, mas o coração doía. Já teve vezes de estar tudo bem, mas hoje o corpo, um pouco mais velho e maduro dói e queria mimos: cama, aconchego, cafuné, leite quentinho, quem sabe uma massagem.
Ontem cheguei em casa cedo, estava sozinha. Gosto incrivelmente de ficar comigo! também de ficar com Ele, o Altíssimo, num silêncio profundo e fecundo, sem muitas formalidades.
Fui me cuidar, me mimar um pouco, coisas que eu não fazia antigamente: banho demorado, hidratação nos cabelos, esfoliação na pele, creminho cheiroso, auto-massagem ouvindo chorinho (delícia!), pão com carne e catchup, whiski com guaraná, alongamento, dançar na frente do espelho...Lembrei da adolescência: época de colégio, amizades e hábitos esquisitos. Eu tinha meu lado "hippongo" que até hoje perdura em algumas situações : roupas estranhas que niguém gosta só eu (tá, hoje eu manero, quase não uso, mas gossssto!!) - bijuterias de artesanato (uso sempre, sempre, amooo) - estar sempre preparada pra dormir em qualquer canto (escova de dente na bolsa, fio dental (que não fico sem) e disposição para enfrentar desafios inesperados hahaha) - achar que todo mundo é bom, honesto, e confiável (e quebrar a cara "N" vezes, mas insisto em permanecer assim!!) - gostar de conhecer gente nova e já achar que são meus super-amigos (as vezes não dá certo!) - ser intensa, muito intensa!!!!
A gente amadurece, e isso é bom, aliás ótimo. Algumas coisas necessariamente mudam, a gente se cuida mais, se perdoa mais, se admira mais, alguns hábitos que você nunca imaginou passam a fazer parte da rotina (creminho anti-rugas e hidratante todo dia porque a pele não é mais a mesma, controlar o doce e os carboidratos porque o metabolismo fica mais lento, a maldita depilação que dói horrores mas a gente faz pra ficar bonita, manter o glamour e o sorriso quando se quer mandar determinada pessoa à m..., saber - e acreditar de verdade - que quando a tpm passar tudo voltará a ser como antes, sobretudo você mesma..hoahaohaohaoahohaoahaohaoao)!
Eita, viver é bom demais! Por mais que o corpo esteja dolorido, o coração está cantando...
Beijocas!

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Espelho




Assim somos nós: um emaranhado de pensamentos que carregam os sinais do passado, feito mar em dia de ressaca; feito vento que nos leva a direções nunca antes imaginadas; feito sol que diariamente morre para renascer de novo, com mais brilho e esperança...
És intenso, como eu. Tem horas que pareço me olhar no espelho...Deus meu! Mas o tempo e as vicissitudes da vida me ensinaram a buscar um pouco mais de equilíbrio: saber calar, ouvir mais atentamente, observar o que se passa por dentro e por fora, em mim e nos outros, ter paciência.
Tens medo, eu também. Ninguém deseja sangrar por dentro mais uma vez. As dores passam, o mal é perdoado, mas a memória fica viva e é ela quem nos mete num cárcere, se assim permitirmos.
A vida e o tempo (enquanto dádivas do Altíssimo) sempre se encarregam de nos dar as oportunidades necessárias: refazer algo, superar um trauma, transpor algum limite, colocar um ponto final em algo que teima em incomodar, susbtituir um registro interior negativo por um positivo, amar mais e melhor, perdoar e perdoar-se, abraçar o novo... enfim, ser feliz!

Revelação - Lya Luft

Quando chegaste,
redescobri em mim inocência e alegria.
Removi a máscara que sobrava:
nada havia a esconder de ti,
nem medo - a não se partires.

Supérfluas as palavras,
dispensada a aparência, fiquei eu,
sem prumo,
como antes da primeira dúvida
e do ultimo desencanto.

Quando chegaste,
escutei meu nome como num outro tempo.
o meu lado da sombra entregou
o que ninguém via:
as feridas sem cura e a esperança sem rumo.

Começa a crer, por mim, que o amor é possível,
e que a vida vale a pena e o pranto
de cada dia.

Auto-Conhecimento