quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Canudinho

A descoberta da semana foi a cantora Renata Arruda em seu CD "Pegadas".
Gostei demais do trabalho da mulher!!!
Tem uma música chamada "Canudinho" que achei sensacional!!! Inclusive, foi usada numa propaganda do Guaraná.
Eu, que estava possuída pela "Síndrome do Papai Noel" (éh, com o saco beeeeeem cheio nesta semana que antecedem minhas férias, por umas bad news ao quadrado que ouvi, de forma que quase nada me dava gosto nem apetite, literalmente!), fiquei encantada com a simplicidade quase infantil usada nas metáforas.

"Se eu tivesse um canudinho, eu chupava você
Pra dentro do meu mundinho, pra comigo viver, pra comigo viver
Se eu tivesse um canudinho, eu me enchia de você
E acabava com o vazio, o vazio de viver
Se eu pudesse te liquefazer, eu te bebia até ficar de porre
Você me embebeda, você me enlouquece
Ai meu Deus, como você pode?!"


terça-feira, 2 de dezembro de 2008







Queria me deitar numa cama de flores
Macias e cheirosas
E fica lá bastante tempo
Até passar todo o cansaço da minha alma.....

terça-feira, 25 de novembro de 2008



Acordei
.
Olhei-me no espelho
.
Reparei em meus cabelos
.
Loiros, encaracolados e cheios...
.

ACHEI-ME PARECIDA COM O SOL!!

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Quem é ella??

É dureza ter que conviver com uma pessoa que mora dentro de mim: ella é ansiosa, chata, crítica à 10ª potência, sensível ao extremo (chegando a ser patética!), frágil feito um papel e muito, muito irritada.

Eu não gosto della. Ella não é bem-vinda, mas aparece religiosamente todo mês. Chega sem avisar e se instala, ocupando um espaço considerável dos meus dias. O pior de tudo: ella tem a minha cara, a minha voz, , usa as minhas roupas, e ainda põe pra fora umas coisas que eu costumo deixar guardadas, bem trancadinhas, no calabouço do meu pensamento.
Ella me dá nos nervos.....
O nome della: Gra.zi.ella
.
Hoje o céu está "chorando" e eu estou com TPM.
Combinação perfeita!!
.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Coisas de Criança

Situações que só de ouvir me fizeram transbordar sorrisos, mesmo em dias nublados:

Pergunta de uma menininha de 3 anos sentada no “trono” diante da sua mamãe:
- Mãe, porque que pro cocô sair a gente tem q fazer força até a cabeça tremer?
-------------------------------------------------------
Do menininho de 5 anos que silenciosamente observava a tia-avó diante da penteadeira, com seus cremes, maquiagens e afins, se arrumando pra ir à Missa:
- Tia, porque a senhora está passando isso na cara?
- Oras, é pra tia ficar bonita!
Mais alguns segundos de silêncio e...:
- Então porque a senhora não fica?
---------------------------------------------------------
A menininha fazendo malabarismos entre o sofá e a mesinha de centro da sala.
-Filha, já te falei, desce já daí, senão você vai cair. Será que eu vou ter que puxar sua orelha?
A garotinha graciosa, pula para o chão e com os dedinhos em pinça estica a orelha pra cima:
-Pode deixar mãe, eu já desci e eu mesma puxo pra você.

(Essa estripulia fui eu que fiz. Dona Nonô me contou ontem e eu achei o máximo! Se um dia tiver uma filhinha, quero que ela seja “criativa” como eu. Só um pouquinho menos teimosa!!!)

Desabafo

Em tudo o que faço, em tudo o que penso, em tudo que eu espero,
não consigo me dar pela metade!
Mas preciso aprender, entre tantas outras coisas,
que o limite dos outros é diferente do meu,
e meu "ponto de vista" nada mais é que "a vista de um ponto".
Sofro por ser intensa, e as vezes tenho a impressão que vou acabar corcunda por teimar em carregar o mundo nas costas.
Isso cansa e as vezes desanima.
(É obvio! Ninguém foi feito pra carregar tanto peso!! A solicitude em demasia e a preocupação em excesso são ótimo disfarces para o orgulho e a auto suficiência!)




quinta-feira, 13 de novembro de 2008





Na tarde de ontem estava a escrever um texto.



Comecei a revisar e cortar o que não era muito interessante.



Não sobrou nada!!!!





SONETO ANTIGO

Responder a perguntas não respondo.
Perguntas impossíveis não pergunto.
Só do que sei de mim aos outros conto:
de mim, atravessada pelo mundo.

Toda a minha experiência, o meu estudo,
sou eu mesma que, em solidão paciente,
recolho do que em mim observo e escuto
muda lição, que ninguém mais entende.

O que sou vale mais do que o meu canto.
Apenas em linguagem vou dizendo
caminhos invisíveis por onde ando.
Tudo é secreto e de remoto exemplo.
Todos ouvimos, longe, o apelo do Anjo.
E todos somos pura flor de vento.






segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Disquisição na insônia:

" Que é loucura; ser cavaleiro andante
Ou segui-lo como escudeiro?
De nós dois, quem o louco verdadeiro?
O que, acordado, sonha doidamente?
O que, mesmo vendado,
Vê o real e segue o sonho?
Eis-me, talvez, o único maluco,
E me sabendo tal, sem grão de siso,
Sou - que doideira - um louco de juízo."

Carlos Drummond de Andrade sobre Dom Quixote.
(Este eu ofereço carinhosamente ao Hud... Esperança e coragem, meu rapaz! Se Deus quiser ainda vamos rir muito nesta vida, ouvindo uma boa música e tomando uma nos Arcos da Lapa, ou aqui em Sampa, ou quem sabe até mesmo em Brasília...porque para Ele nada é impossível!)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Seja como for, eu vou


Estou farta dos que amam e mentem.

Estou farta dos que mentem que amam.

Estou farta...
Seja como for, eu vou.
Como diria um amigo: "até podemos ficar tristes, mas não perdemos a esperança!".
Mais uma vez se torna vivo o que ensinou Cecília:
"Aprendi com a primavera a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira".


Ônus
Lya Luft
A esperança me chama,
e eu salto a bordo
como se fosse a primeira viagem.
Se não conheço os mapas,
escolho o imprevisto:
qualquer sinal é um bom
presságio.
Seja como for, eu vou,
pois quase sempre acredito:
ando de olhos fechados
feito criança brincando de cega.
Mais de uma vez saio ferida
ou quase afogada,
mas não desisto.

A dor eventual é o preço da vida:
passagem, seguro e pedágio.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008


Corridinho


Adélia Prado


O amor quer abraçar e não pode.
A multidão em volta,
com seus olhos cediços,
põe caco de vidro no muro
para o amor desistir.
O amor usa o correio,
o correio trapaceia,
a carta não chega,
o amor fica sem saber se é ou não é.
O amor pega o cavalo,
desembarca do trem,
chega na porta cansado
de tanto caminhar a pé.
Fala a palavra açucena,
pede água, bebe café,
dorme na sua presença,
chupa bala de hortelã.
Tudo manha, truque, engenho:
é descuidar, o amor te pega,
te come, te molha todo.
Mas água o amor não é.


(P.S: Recado para o amor: Por favor, me encontre...)

Elogio à solidão


“Essa solidão ilimitada,
que faz de cada dia uma vida,
essa comunhão com o universo,
o espaço numa palavra,
o espaço invisível
que o homem pode,entretanto,habitar
e que o cerca de inúmeras presenças”

Rainer Maria Rilke
(fantástica a ilustração de Rob Gonsalves!!)

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Velha infância


Não ficou bem parecido comigo?!?!
hahahahahhahahahahaahaha
Para "brincar" de fazer caricaturas: http://www.faceyourmanga.com/
(Eu me diverti pra valer!!!!!)
"E a gente canta/E a gente dança/E a gente não se cansa
De ser criança/A gente brinca/Na nossa velha infância..."

Sou multidão

(a tela é de Rob Gonsalves, um pintor surrelista que conheci recentemente e gostei bastante!!)
No último dia 6/10 eu completei 28 aninhos de nascida...
Eu amo fazer aniversário! Pra mim sempre é uma data especial, sem que seja necessário haver festa e presentes. Eu me sinto feliz “só” em celebrar a vida! Viver é algo bom demais, e eu sou profundamente grata por este dom! O que me deixa mais feliz é ver que muitos amigos e amigas de uma forma ou de outra estiveram a celebrar comigo o meu dia, seja por um cartão, um email, um torpedo, uma ligação, um recado no orkut, um abraço carinhoso, uma música, uma visita... e isso me faz pensar ainda mais no sentido da vida, da minha vida. Não, definitivamente ela não é um conto de fadas onde não existem problemas difíceis de ser resolvidos, dívidas, TPM e outras coisinhas mais, mas é a minha vida, que nenhum homem ou mulher de nenhum outro tempo viveu ou irá viver, e que eu procuro saborear cultivando as virtudes, a paz e o bem. Aquela história de “faça o melhor que puder com a vida que Deus lhe deu” tem mais sentido quando a gente percebe que a nossa vida também tem sentido pra outras pessoas que amamos!


Fazendo uma pequena retrospectiva, eu olho pra minha história e a vejo tanta coisa boa e bonita, tanta gente que passou por mim e me fez crescer, seja pelo amor, seja pela dor...neste sentido eu poderia dizer que “sou uma multidão”: multidão de sentimentos, de pessoas queridas, de afetos, de desafetos (procuro não cultivá-los, mas querendo ou não eles acontecem!), de pensamentos, de opiniões, de medos, de dores, de lágrimas, de conquistas, de dúvidas (e de dívidas!!), de anseios, de buscas, de perdas, de encontros, de decepções, de erros, de vitórias, de aprendizados, de experiências, de esperanças, de amor...MULTIDÃO DE AMOR!!


Quando falo de “amor”, evoco antigo conceito grego que enxerga o amor de três diferentes formas: o EROS, que seria o amor de desejo,o amor entre um homem e uma mulher, o amor “carnal” por assim dizer; PHILIA, que seria o amor amizade; e o ÀGAPE que seria o amor que se doa, se entrega, amor de plenitude, o amor com que Deus nos ama e que somos chamados a amá-lo, e também aos irmãos.... Pra explicar melhor recomendo ler a encíclica Deus caritas est em http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/encyclicals/documents/hf_ben-xvi_enc_20051225_deus-caritas-est_po.html, onde sobretudo na primeira parte Bento XVI trata do assunto com maestria...dali tiro este pedacinho:


“Faz parte da evolução do amor para níveis mais altos, para as suas íntimas purificações, que ele procure agora o carácter definitivo, e isto num duplo sentido: no sentido da exclusividade — « apenas esta única pessoa » — e no sentido de ser « para sempre ». O amor compreende a totalidade da existência em toda a sua dimensão, inclusive a temporal. Nem poderia ser de outro modo, porque a sua promessa visa o definitivo: o amor visa a eternidade. Sim, o amor é « êxtase »; êxtase, não no sentido de um instante de inebriamento, mas como caminho, como êxodo permanente do eu fechado em si mesmo para a sua libertação no dom de si e, precisamente dessa forma, para o reencontro de si mesmo, mais ainda para a descoberta de Deus... . A este respeito, fomos dar com duas palavras fundamentais: eros como termo para significar o amor « mundano » e agape como expressão do amor fundado sobre a fé e por ela plasmado. As duas concepções aparecem frequentemente contrapostas como amor « ascendente » e amor « descendente ». Existem outras classificações afins como, por exemplo, a distinção entre amor possessivo e amor oblativo (amor concupiscentiæ – amor benevolentiæ), à qual, às vezes, se acrescenta ainda o amor que procura o próprio interesse.... Na realidade, eros e agape — amor ascendente e amor descendente — nunca se deixam separar completamente um do outro. Quanto mais os dois encontrarem a justa unidade, embora em distintas dimensões, na única realidade do amor, tanto mais se realiza a verdadeira natureza do amor em geral. Embora o eros seja inicialmente sobretudo ambicioso, ascendente — fascinação pela grande promessa de felicidade — depois, à medida que se aproxima do outro, far-se-á cada vez menos perguntas sobre si próprio, procurará sempre mais a felicidade do outro, preocupar-se-á cada vez mais dele, doar-se-á e desejará « existir para » o outro. Assim se insere nele o momento da agape; caso contrário, o eros decai e perde mesmo a sua própria natureza. Por outro lado, o homem também não pode viver exclusivamente no amor oblativo, descendente. Não pode limitar-se sempre a dar, deve também receber. Quem quer dar amor, deve ele mesmo recebê-lo em dom. Certamente, o homem pode — como nos diz o Senhor — tornar-se uma fonte donde correm rios de água viva (cf. Jo 7, 37-38); mas, para se tornar semelhante fonte, deve ele mesmo beber incessantemente da fonte primeira e originária que é Jesus Cristo, de cujo coração trespassado brota o amor de Deus (cf. Jo 19, 34).... . Encontramos, assim, uma primeira resposta, ainda bastante genérica, para as duas questões atrás expostas: no fundo, o « amor » é uma única realidade, embora com distintas dimensões; caso a caso, pode uma ou outra dimensão sobressair mais. Mas, quando as duas dimensões se separam completamente uma da outra, surge uma caricatura ou, de qualquer modo, uma forma redutiva do amor.”


Que pena que nem todos descobriram esta essência, esta identidade ágape do amor. E se alguém me perguntasse se eu mesma descobri, responderia:
- Certamente não por completo, mas ao menos a tenho tateado...


Beijo a todos os queridos!
Obrigado por fazerem da minha vida mais especial!
Paz e bem!

Para brindar a vida


E para brindar a vida:

Eu apenas queria que você soubesse - gonzaguinha

Eu apenas queria que você soubesse
Que aquela alegria ainda está comigo
E que a minha ternura não ficou na estrada
Não ficou no tempo presa na poeira

Eu apenas queria que você soubesse
Que esta menina hoje é uma mulher
E que esta mulher é uma menina
Que colheu seu fruto flor do seu carinho

Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também

E que a atitude de recomeçar é todo dia toda hora
É se respeitar na sua força e fé
E se olhar bem fundo até o dedão do pé
Eu apenas queira que você soubesse
Que essa criança brinca nesta roda
E não teme o corte de novas feridas
Pois tem a saúde que aprendeu com a vida
Eu apenas queria dizer a todo mundo que me gosta
Que hoje eu me gosto muito mais
Porque me entendo muito mais também...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008




Freqüentemente nos lamentamos: os tempos são difíceis, pesados e miseráveis….

Vivamos retamente e mudaremos os tempos.

Os tempos não ferem a ninguém.

Os feridos são os homens e esses mesmos são os que causam feridas.

Mudemos, pois os homens e mudaremos os tempos!”

Santo Agostinho (354-430)


Quanta sabedoria, não?!?!



Amigos e amigas,


Estou de volta a este recanto de letras...desculpem-me a ausência...não foi má vontade de escrever. Explico: Eu penso demais e as vezes parece que o caminho de transporte da idéia pro papel é longo e árduo (acho que já escrevi isso antes!), isso porque não gosto de escrever qualquer coisa, afinal de contas "o que foi escrito, documentado está"!

Além disso, aprendi com minha mãe (grande mulher que eu amo e admiro...) que precisamos sempre repartir o (nosso) melhor com as pessoas. Então escrever demanda tempo, dedicação, amor e conteúdo, e por isso mesmo, a maioria dos posts contém citações/poesias/canções que, por um motivo ou por outro, passaram a fazer parte da minha vida ou expressavam bem algo que eu estava sentindo no momento. Gosto muito de ler e ultimamente tenho gostado de visitar blogs alheios, além daqueles que eu já visito regularmente (embora nem sempre tenho deixado comentários...desculpem-me...também ainda não aprendi como deixar no meu blog o link dos que eu gosto muito...se alguém puder me ensinar, agradeço de monte!). Nesse mundo virtual a gente encontra coisas bizarras, mas também tanta coisa linda! Há pessoas que conseguem se expressar de tal forma que dá a impressão que a conhecemos de longa data, tamanha a empatia que acontece! Daí eu penso: puxa! não posso escrever qulaquer coisa....depois eu escrevo com mais calma, escrevo melhor...Daí o tempo passa, e quando vi, não escrevi nada!!!


Bah, fiquei aqui com minhas digressões e o tempo de escrever está acabando!

Fica como partilha a nobre mensagem de Santo Agostinho!

Busquemos a mudança, a conversão, a "metanóia" como diriam os Padres da Igreja (+/- Sec IV); uma mudança de atitude e pressupostos, pois não podemos ser transformados a menos que tenhamos antes sido limpos do que quer que se coloque contra a transformação. Não podemos ser transformados a menos que e tenhamos entendido o que desfigura o coração humano...


Beijos a todos!!


Paz e bem!!



quinta-feira, 31 de julho de 2008

- Ora (direis) ouvir estrelas!



- Ora (direis) ouvir estrelas! Certo,
Perdeste o senso! E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouví-las, muita vez desperto
E abro a janela, pálido de espanto.

E conversamos longo tempo, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir o sol, saudoso e em pranto,
Ainda as procuro pelo céu deserto.

Direis agora: - Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem quando estão contigo?

E eu vos direi: - Amai para entendê-las,
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas!

(Olavo Bilac)
P.S.: Na imagem, a bela Antares, a estrela pela qual me apaixonei (culpa do Bruno - o menino dos olhos de jabuticaba - e da música do Stênio Március que, fazendo referência ao amor do Pai retratado na parábola do filho pródigo, canta: "mais fácil secar os mares/e apagar a estrela Antares/que arrancar o amor do seu coração). A título de curiosidade, Antares (Alpha Scorpii) é uma estrela de classe M (binária) situada há 520 anos-luz de distância, na constelação de Escorpião. Trata-se de uma supergigante vermelha, 700 vezes maior e 10.000 vezes mais brilhante que o nosso Sol !!!! ( Na foto, a maior...)
Sei que não tenho postado nada...desculpem-me...férias, né...
A todos que me visitam com frequência, (sem nomes, pra não cometer injustiças ok?!?!?) e tb aos novos amigos virtuais e outros anônimos que tem entrado aqui,
abraços do tamanho de Antares...

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Poesia para os dias de rebeldia...


Não tem jeito! Por mais que procuremos ter ascese, auto-controle, boas maneiras, educação, delicadeza, sensibilidade e sensatez, tem dias que a gente acorda “daquele” jeito!!!! Quando isso acontece, acho que ajuda:

1) recolher-se em Deus;
2) falar o mínimo possível pra não magoar nem irritar ninguém (isso também evita ouvir coisas que te enervariam mais...);
3) ouvir uma boa música, comer alguma coisa gostosa, e quem sabe até tomar um vinho;
4) fazer algo que realmente dê prazer e eleve o bom ânimo (as vezes algumas coisas que elevam o bom ânimo não são tão prazerosas, por exemplo: capinar, ...mas funciona que é uma beleza!!).

O que me instiga a escrever hoje são aquelas “respostas prontas” que recebemos de vez em quando daquelas pessoas que não se lembram de nos ligar, de fazer uma visita, de mandar um email que seja...Essas pessoas raramente se preocupam em saber de fato como estamos, e quando perguntam, parecem que o fazem mais por convenção do que por qualquer outra coisa, tão indispostas estão de deixar um pouco de si na reciprocidade da pergunta. Parecem mesmo que querem arrancar algo do nosso íntimo para, em seguida, fartar-nos com suas “receitas de vida”, como aqueles bolos de caixinha que compramos semi-prontos, querendo que elas nos desçam goela abaixo! O pior é quando se percebe que aquele discurso parece ser para convencer a si mesmo (e não a outrem) de algo, tamanha a visível inquietude nas palavras do locutor! Quem já passou por isso sabe exatamente do que se trata!!!
Todos erramos, tropeçamos muito, caímos inúmeras vezes, mas isso é natural em qualquer percurso!
Penso que quando buscamos de coração sincero, a Verdade se deixa encontrar.

Mas para isso é preciso paciência, humildade, perseverança....



Cântico Negro (por José Régio)


"Vem por aqui" - dizem-me alguns com os olhos doces

Estendendo-me os braços, e seguros

De que seria bom que eu os ouvisse

Quando me dizem: "vem por aqui!"

Eu olho-os com olhos lassos, (Há, nos olhos meus, ironias e cansaços)

E cruzo os braços,

E nunca vou por ali...


A minha glória é esta:

Criar desumanidade!

Não acompanhar ninguém. - Que eu vivo com o mesmo sem-vontade

Com que rasguei o ventre à minha mãe


Não, não vou por aí!

Só vou por onde Me levam meus próprios passos...


Se ao que busco saber nenhum de vós responde

Por que me repetis: "vem por aqui!"?

Prefiro escorregar nos becos lamacentos,

Redemoinhar aos ventos,

Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,

A ir por aí...


Se vim ao mundo, foi

Só para desflorar florestas virgens,

E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada!

O mais que faço não vale nada.


Como, pois sereis vós

Que me dareis impulsos, ferramentas e coragem

Para eu derrubar os meus obstáculos?...

Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,

E vós amais o que é fácil!

Eu amo o Longe e a Miragem,

Amo os abismos, as torrentes, os desertos...


Ide! Tendes estradas,

Tendes jardins, tendes canteiros,

Tendes pátria, tendes tectos,

E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios...

Eu tenho a minha Loucura !

Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,

E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...


Deus e o Diabo é que guiam, mais ninguém.

Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;

Mas eu, que nunca principio nem acabo,

Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.


Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!

Ninguém me peça definições!

Ninguém me diga: "vem por aqui"!

A minha vida é um vendaval que se soltou.

É uma onda que se alevantou.

É um átomo a mais que se animou...

Não sei por onde vou,

Não sei para onde vou - Sei que não vou por aí!

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Fragmentos de sol


Estrelas claras

Olhos da noite

Beleza rara

Fragmentos de sol

Entrelaçam-se na alma, serena,

Tateando mistérios

Sussurrando amor...

quinta-feira, 19 de junho de 2008

uMa PrOvOcAçÃo



Dia frio, de tons gris,
O sol timidamente, em seu curso, rasga as nuvens.
Paisagem: a gente enxerga o que é,
Entretanto, alguns olhares vêem diferente.
O artista pode ainda fazer alguns retoques
Nas figuras, nos sons, na tela do (in)consciente.
Talvez a imagem da verdade seja abstrata,
Abstrata mas não irreal.
E pode se tornar concreta
Se tu consegues fazer com que outros a vejam contigo,
Através de ti
.

VOU RECORTAR PEDAÇOS DE SOL E COLAR EM TODOS OS BURACOS DA MINHA TELA!

O asfalto embrutece a terra?????????


Asfaltaram minha rua... A única rua do bairro que não tinha asfalto (embora constasse como asfaltada em todos os documentos da Prefeitura).

Agora as crianças já não podem brincar tranqüilamente, pois os carros por lá cortam caminho voando pra chegar mais rápido à USP.
Nós pedestres precisamos olhar pra atravessar a rua e não podemos andar sossegadamente em qualquer lugar, pois os carros estão sempre passando apressados, e nos olham feio quando estamos fora da calçada. Bom lembrar que a prefeitura sequer olhou pras calçadas... tá certo que cada morador tem que arrumar a sua própria calçada, mas a maior parte da rua é a traseira de um condomínio, ou seja não tem “dono” e por isso continua com entulhos e restos de poda de árvore, das árvores que, diga-se de passagem, meu pai plantou há muitos anos quando a rua era desértica e feia e os caminhões da prefeitura sequer passavam por lá.
Também os cachorrinhos perderam espaço de fazer suas necessidades nos passeios matinais/noturnos e os donos têm mais trabalho (o coco na terra sumia rapidinho com sol e chuva, agora no asfalto...afff....). Isso me lembra o velho Bob, que segundo o Bruno “está no céu dos cachorros”. Bob nos acordava todas as manhãs as 6:30h com seu latido forte, e não sossegava até abrirmos o portão pra ele dar sua voltinha e sua “aliviada”, pois não gostava de fazer sujeira dentro da garagem. O mais engraçado é que não fomos nós que o treinamos... Depois latia de novo pra abrimos o portão, ele entrava e estava tudo estava certo...
Eu não gosto de ficar reclamando. Ficou bonitinha até a rua. Agora pode-se andar de "scarpim" sem estragar o salto e nos dias de chuva ninguém correrá mais risco de escorregar na lama ou sair deixando rastros no piso da cozinha, a casa fica menos empoeirada e os adolescentes conseguem andar de skate e patins.
Mas confesso que eu preferia o corre-corre das crianças e dos cachorros, o poder andar fora da calçada e não precisar olhar pra atravessar a rua. Preferia, sim, arrancar os matinhos que teimavam em nascer na frente da calçada e preferia, sem pensar muito, o sossego de estar em um cantinho que não se assemelhasse à Paulicéia desvairada.


Achei que o asfalto embruteceu a terra....

quinta-feira, 12 de junho de 2008

O dom do Simples


O dom do que o Simples dispensa se esconde na inaparência do que é sempre o mesmo.
Aos desatentos o Simples parece uniforme.
A uniformidade entedia.
Os entediados só vêem monotonia ao seu redor.
O Simples desvaneceu-se.
Sua força silenciosa esgotou-se. Perdemos quase completamente a capacidade de admirar-nos, fascinar-nos, maravilhar-nos com o Simples.
Perceber no comum e no diário aquilo que é incomum e não diário, o "mirandum", eis o princípio do filosofar.
Nesse ponto o ato de filosofar se assemelha à poesia...a contemplação é um conhecimento com amor.
É a visão do Ser amado, que nos maravilha, fascina e encanta.
Paz a todos!

segunda-feira, 9 de junho de 2008



Faz um tempão que eu mesma não escrevo nada.
Fiquei meses sem postar e nos últimos dias coloquei aqui fragmentos que vieram de outrem, mas não foi por falta de criatividade, nem de tempo (bem, este sempre é escasso, mas conseguimos dar um jeitinho...).... É que tenho sofrido de “imaterialização”: não consigo fazer caber as idéias e os sentimentos dentro das palavras, aí elas se tornam apenas uma vaga representação do que eu queria dizer, e o essencial, que eu queria de fato colocar no papel fica distante, como que "maculado"!
Para um lenitivo do meu “mal”, recorro à sentença de Saint-Exupery que diz mais ou menos assim: “ninguém passa por nossa vida inutilmente; cada pessoa leva um pouco de nós e deixa um pouco de si” ...então tenho colocado aqui “pedacinhos” vindo de amigos, de conhecidos, de desconhecidos, de experiências, etc...mas que de qualquer forma expressam um pouco do "eu mesma".
Ultimamente me sinto "en-cantada"! Digo assim mesmo porque é como se várias melodias ficassem ecoando no meu íntimo. Sinto-me deslumbrada apenas por viver, respirar, sentir o sol na pele e o vento bagunçando os cabelos, encontrar e reencontrar amigos e conhecer pessoas novas, e descobrir quanto do bom e do belo de Deus mora em cada um... Ele está tão perto... isso me fascina!!!

Estou assim, apaixonada pela vida e pelo Doador dela, mesmo com as lutas enfrentadas no dia-a-dia na busca do bem e da verdade, para ser um pouquinho melhor para Deus e para os queridos e queridas que vou encontrando pelo caminho. Quem sabe neste trajeto eu consiga semear um pouco de paz e alegria...

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Caminante, no hay camino. Se hace camino al andar...


Este poema chegou-me há uns dois anos, por parte de um amigo muito querido e precioso.
Ambos (amigo e poema) vieram numa fase ímpar de minha vida....só Deus sabe...
O poema me ensinou um segredo que eu jamais esqueci, e o amigo ganhou uma morada eterna em meu coração.

Essa amizade começou numa rápida carona, materializou-se por meio de um livro, criou laços através da afinidade (na oração e no silêncio, pois morávamos muitíssimo longe e nunca nos encontrávamos!), e foi amadurecendo depois que eu retornei a SP, em encontros periódicos e muitíssimo agradáveis...
Posto aqui como uma forma de gratidão e ágape fraterno àquele que se tornou irmão, pai, bom samaritano e amigo, do peito e da alma. Pax!!!!

Cantares
Composição: J.M. Serrat

Todo pasa y todo queda,
pero lo nuestro es pasar,
pasar haciendo caminos,
caminos sobre la mar.

Nunca perseguí la gloria,
ni dejar en la memoria
de los hombres mi canción.
Yo amo los mundos sutiles,
ingrávidos y gentiles,
como pompas de jabón.

Me gusta verlos pintarse
de sol y grana, volar
bajo el cielo azul, temblar
subitamente y quebrarse.

Nunca perseguí la gloria...

Caminante, son tus huellas el camino y nada más.
Caminante, no hay camino. Se hace camino al andar.
Al andar se hace camino
y al volver la vista atrásse
ve la senda que nunca se ha de volver a pisar.
Caminante, no hay camino sino estelas en la mar.

Hace algún tiempo en ese lugar
donde hoy los bosques se visten de espinos
se oyó la voz de un poeta a gritar:
«Caminante no hay camino, se hace camino al andar...»

golpe a golpe, verso a verso...

Murió el poeta lejos del hogar
lo cubre el polvo de un pais vecino
al alejarse le vieron llorar«Caminante no hay camino, se hace camino al andar...»

golpe a golpe, verso a verso...
Cuando el jilguero no puede cantar.
Cuando el poeta es un peregrino.
Cuando de nada nos sirve rezar.
(AQUI VAMOS SUBSTITUIR POR: Cuando de nada nos sirve llorar)

«Caminante no hay camino, se hace camino al andar...»
golpe a golpe, verso a verso
golpe a golpe, verso a verso
golpe a golpe, verso a verso…


quarta-feira, 4 de junho de 2008

"Ganhei" este lindo poema sobre o seráfico pai São Francisco de Assis, recitado por D. João Mamede, OFM Conv, na viagem Curituba/São Paulo, voltando do Encontro Franciscano que fizemos ano passado....ele dirigia o carro e recitava, com o coração exultante, e eu ouvia, tentando captar um poquinho do Francisco escondido em mim.


Gosto dele inteiro, mas sobretudo da estrofe que começa assim : "Daí, porém, suaves se soltavam...". Procurava a muito tempo, mas em vão, pois descobrir que a tradução (o original é em alemão) foi feita por um outro frade, amigo dele. Então ele me encaminhou.




Talvez a leitura não seja tão maravilhosa quanto ouvi-lo declamado por um coração franciscano, mas não vale apenas ler; tem que imaginar, sentir, saborear ...




Paz e bem!








F R A N C I S C O
Rainer Maria Rilke(1903)

Oh! Onde está aquele
que da posse e do tempo
para a sua grande pobreza
assim se robusteceu, que,
ele as roupas deixou no mercado
e nu andou adiante em face
ao manto do bispo.
O de todos, o mais íntimo e amável
que veio e viveu como novo ano;
o irmão marrão de teus rouxinóis,
no qual era admiração e benevolência
e, um encanto à terra.

Pois não era ele nenhum
dos sempre cansados,
dos que, sem alegria se tornam mais e mais;
com pequenas flores
quais como pequenos irmãos,
indo ao longo da orla do campo, falava.
E falava de si e de como se gastava,
assim para que a tudo seja alegria;
e da partilha do seu coração claro
não havia o fim,
e por apoucado que seja,
nada lhe passava de lado.
Ele veio da luz para sempre
mais profunda luz,
e a sua cela estava imersa
na claridade da alegria.
O sorriso crescia na sua face
e tinha sua infância e história,
e se tornou maduro
como a menina do tempo.

E quando ele cantava,
de novo assim voltava o próprio ontem
e o esquecido e vinha;
e uma calma se fazia nos ninhos,
e apenas os corações clamavam nas irmãs,
os quais ele tocava como um esposo.

Daí, porém, suaves se soltavam
da sua boca rubra polens
do seu canto e voavam sonhando
para os cheios de amor
e caíam nas pétalas aberta
e lentamente afundavam no chão da flor.

E recebiam-no, o sem mácula,
no seu corpo que era sua alma.
E seus olhos se fechavam como rosas,
e cheios de noite de amor
eram seus cabelos.
E o recebia o grande e o pequeno.
A muitos animais vinham querubins
dizer que sua pequena fêmea traga frutos,
e eram maravilhosas borboletas:
pois a ele reconheciam todas as coisas
e dele tinham fertilidade.

E quando ele morreu
tão leve como sem nome,
foi ele ali espalhado: sua semente correu
em riachos, nas árvores
cantava sua semente
e mirava-o das flores, serenamente.
Ele jazia e cantava.
E quando as irmãs vieram,
ali choraram por seu amado varão.

Oh! Para onde ele, o claro,
no seu clangor se esvaiu?
Por que o sentem, o jovial e jovem,
os pobres, que persistem, não de longe?
Por que não surge, ele, deles nos alvores –
da pobreza a grande estrela vespertina?

sexta-feira, 7 de março de 2008

Sobre as pesquisas com células-tronco embrionárias...parte II


A respeito da fecundação in vitro, procurei esclarecer com uma cientista especializada nesta área, se seria possível durante o processo de fecundação extra-uterino, fecundar apenas um óvulo para não gerar embriões excedentes?


Ela me respondeu que, não só é possível, como é exigência legal em alguns países, como Alemanha e Itália. Esclarecendo: não é bem que seja um só. Mas todos os óvulos fecundados precisam ser implantados, em um máximo de 3.


By the way, essa exigência também está prevista no projeto de lei brasileiro, tal como foi aprovado no Senado. Ele tramita agora na Câmara [foi tirado de pauta pouco antes da audiência pública no STF, o que indica estar aguardando o julgamento deste].


Por isto a fecundação in-vitro, se não for feita de maneira ética e responsável, como explicado acima, acaba por contribuir com a degeneração do ser humano, gerando-os de forma inconsequente, e descartando-os no sentido literal ("gente é descartável?!?!?) caso não sejam aproveitados.


A mídia (que sabemos ser manipulada para formar opiniões de acordo com o interesse dos "maiore$"), tem trabalhado bastante para convencer as pessoas, e muitos sem preceber, abraçaram a idéia de que embrião não é ser humano no início de sua evolução, é "material genético que pode ser aproveitado para salvar vidas". Vida a troco de vida!! Quem dá mais???


Vale saber que embião também pode ser adotado...


Pax

Sobre as pesquisas com células-tronco embrionárias


Amigos e camaradas,


Muito se tem falado atualmente sobre as pesquisas com célula-tronco, e sobretudo, as embrionárias. Sinto-me no dever de compartilhar com vocês alguns “pontos”. Sou imensamente a favor das pesquisas científicas e do avanço tecnológico que colaboram com o desenvolvimento e melhoria das condições de vida, principalmente após ter convido dia-a-dia com alguns irmãos sofredores e menos favorecidos, portadores de diversas doenças e anomalias, que dependiam integralmente do cuidado e atenção de outros. A busca da cura é um desejo legítimo e a ciência deve ser apoiada e encorajada a encontrar soluções para as doenças e deficiências humanas.


É justamente por amor à vida, e no desejo que ela seja plena para todos sem exceção e nem exclusão, que, juntamente com a Igreja, sou contra a pesquisa com células-tronco embrionárias, porque neste caso é necessário destruir o embrião para obter essas células.


Baseada não em sentimentalismo ou ideologia, mas em sólidos dados científicos, pode-se afirmar que a vida do ser humano começa na fecundação do óvulo, quer isso aconteça naturalmente no ventre da mulher, quer artificialmente, em laboratório. A fecundação in –vitro é um avanço tecnológico estupendo, que torna possível que muitos casais, impossibilitados pela natureza, possam ter filhos. Mas fecundar embriões desnecessariamente, apenas a título de “reserva” ou para pesquisas tecnógicas e científicas constitui desrespeito ético e moral ao ser humano no primeiro e mais frágil estágio de sua vida. Destinar o uso de “embriões congelados”, (logo, seres humanos no início da sua evolução) a ser objeto de pesquisa significa um verdadeiro genocídio! Uma solução simplista pra um “problema” criado em laboratório...


Além disso, existe a possibilidade da utilização, para fins de pesquisas, das células adultas e também das células embrionárias obtidas no líquido amniótico e na placenta. Ou seja, não é necessário extinguir os embriões. Ao contrário do que se afirma, a pesquisa científica não seria atingida de modo substancial na declaração de inconstitucionalidade da lei que está em julgamento, já que existem outras possibilidades. Aliás, é importante ressaltar que não há sequer um resultado positivo com pesquisas com células-tronco embrionárias, ao longo dos últimos dez anos. Por outro lado, existem inúmeros resultados positivos das pesquisas com células-tronco adultas, que não apresentam dilemas éticos.


Não está em discussão um problema de fé, mas apenas de ciência e de direito. O que estamos discutindo é a inviolabilidade do direito à vida, assegurada pela Constituição Federal. Falam por aí de apelo sentimental por parte de crenças religiosas e grupos ligados à Igreja. Vejo um apelo sentimental muito mais forte quando a mídia explora o sofrimento dos os deficientes e familiares, no desejo de convencer a população a aprovar uma lei que para beneficiar alguns sacrificará a vida (e não a “suposta vida”) dos milhares de embriões que serão destinados à pesquisa, e dos tantos outros que serão desenvolvidos exclusivamente para este fim. Como se embrião não fosse vivo, tampouco ser humano...

Vamos refletir!

Beijocas a todos!!

segunda-feira, 3 de março de 2008

Ironias da vida...





Camaradas,


há vezes em que rir é o melhor remédio!!!


Leiam os quadrinhos...


Já vou avisando que qualquer semelhança é mera coincidência.


E, por favor, não me levem a sério...não desta vez!!!


Bjos & preces!!!








quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Olá... separô pra pensar o que agente faria se não houvesse a poesia...


Recebi da amiga Vanessa em Abril de 2007.

É tão linda quanto o coração dela...



"PRECISA-SE"

Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar. P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilarecerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar.

Clarice Lispector

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Silêncio



Aqui estão fragmentos de um texto que me elevou e me levou a tatear minhas raízes.



Paz e alegria!




"O silêncio dar-nos-á Deus? Há um silêncio que dá Deus. Qual silêncio? Não é o silêncio do homem, esse que o homem encontra entre os homens, esse em que o homem pode iniciar-se. É o silêncio da alma que se recolhe, da alma que escuta Deus, e a quem Deus fala. Deus fala àqueles que se calam, que reservam tempo para o ouvir e o esperar. “Deus não fala aos faladores”. No entanto, neste silêncio da alma, o homem tem três hipóteses: ou a palavra de Deus vem ao seu encontro, lhe dá alegria; ou o silêncio de Deus o esmaga; ou ele é iniciado no silêncio de Deus.É portanto Deus que nos dá aquele silêncio que nos dá Deus. Ele dá-se no silêncio que nós lhe damos e que Ele nos dá. O silêncio é uma graça. Do silêncio do homem, cuja misteriosa ambiguidade nos vai aparecer, nós chegaremos ao silêncio da alma. E tomando o silêncio de Deus, alcançaremos o Deus do silêncio.


O silêncio está ligado a todas as fraquezas do homem; é instrumento dos seus pecados. Pelo silêncio o homem se destrói.Mas é também pelo silêncio que o homem cria e manifesta a sua força e constrói a mansão das suas virtudes; da prudência, pelo silêncio da discrição e da medida; da temperança, pelo silêncio dos seus sentimentos inconfessados; da força, pelo silêncio da paciência; da justiça, pelo silêncio do juízo; da humildade e do apagamento. Já dentro do templo das virtudes cardiais, é ainda pelo silêncio que o homem é introduzido no santuário das virtudes teologais: da fé, pelo silêncio da razão que reconhece os seus limites e se abre a uma luz mais alta; da esperança, pelo silêncio da expectativa, que, no desprendimento dos bens terrenos, aspira aos bens eternos; da caridade, pela união com Deus na oração e na dedicação aos outros.


No silêncio, a alma fala consigo mesma. O diálogo não é senão um aspecto dessa vida interior. O silêncio preenche uma função mais alta. Se não se fala com os homens é para falar com Deus, para falar dos homens a Deus, a fim de, em seguida, poder falar de Deus aos homens. O silêncio, por amor da palavra interior, para ouvir a palavra de Deus, para preparar a palavra acerca de Deus.


A Igreja - às almas, a cada uma das almas -, Deus continua a falar pela Escritura. Aquele que quer ouvir palavras de Deus abra a sua Bíblia! E meditará essas palavras cuja verdade não passa (Mat., xxiv, 35), cuja profundidade é inesgotável para o espírito e para a vida (João, vi, 64). A substância delas, ele a assimilará como a um alimento (Ezequiel, III, 1). No seu coração as conservará como uma presença (Lucas, I, 19). Através das provações, confortá-lo-ão (Rom., xv, 4).


Será exato que Deus não fala às almas? Ele fala por meio de uma luz que subitamente clarifica o horizonte, por meio de uma força que quebra uma tentação e mantém um entusiasmo; por meio de uma amizade que se oferece num momento de isolamento, por meio de uma separação que nos desperta e nos projecta em Deus, por meio de uma doença que nos separa do mundo, por meio de uma leitura que apazigua e conforta, por meio de uma série de acontecimentos providenciais, por meio de um insucesso que nos vem barrar uma estrada perigosa, ou de um êxito que nos abre um caminho de apostolado. “É preciso que entremos em nós próprios e procuremos em nós aquele que nunca nos deixa e nos ilumina sempre. Ele fala baixo, mas a sua voz é distinta; ilumina pouco, mas a sua luz é pura” (39). A quem sabe e quer ler, não faltam os sinais. É o homem que falta aos sinais. Perde-se a fé - costuma-se dizer - porque Deus se cala. Pelo contrário: é porque se perdeu a fé que não se pode já ouvi-lo e não se quer já dar-lhe atenção. Discípulos de Emaús, que, em lugar de serem filhos da Ressurreição, são ainda os discípulos desamparados da Sexta-Feira Santa!


Ao silêncio de Deus dos ateus, opõem os místicos o Deus do silêncio, o Deus que é espírito e que se manifestava a Elias num murmúrio dulcíssimo e sutil.


O silêncio é uma ciência que se aprende, uma sabedoria que se adquire, uma experiência que se vive, mas, antes de tudo, um amor que se dá. O silêncio está reservado aos pequenos, aos pobres do Senhor."


Pierre Blanchard


Leia na íntegra (vale mesmo a pena!!!) em:

http://www.quadrante.com.br/Pages/servicos02.asp?id=144&categoria=Espiritualidade&tubcategoria=#

Metade




Esse poema do Oswaldo Montenegro me fala por demais.
Me vejo estampada em muitas desses versos.
É que muitas vezes percebo-me assim, em "metades".
O que de fato é e o que, debilmente, consigo expressar disso.

Deixo aqui pra compartilhar:





"Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.


Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.


Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.


Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que tristeza.


Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante.


Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.


Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor.


Apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento.


Porque metade de mim é o que eu ouço, mas a outra metade é o que calo.


Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.


Que essa tensão que me corrói por dentro seja um dia recompensada.


Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão.


Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.


Que o espelho reflita em meu rosto o doce sorriso que eu me lembro de ter dado na infância.



Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei...


Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito.


E que o teu silêncio me fale cada vez mais.


Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.


Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba.


E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.


Porque metade de mim é a platéia e a outra metade, a canção.


E que minha loucura seja perdoada.Porque metade de mim é amor e a outra metade... também."