terça-feira, 4 de dezembro de 2007

No meio das galáxias mais distantes, lá, bem ao longe, vivia um pequeno menino.

Não era um menino como os outros. Ele não vivia no tempo, embora o tempo fosse o seu espaço. Ele tinha uma origem, mas desconhecia o seu começo. Sua história parecia uma brincadeira, feito essas histórias que nunca tem fim e sempre podem ser reinventadas.
Por causa disso o menino vivia a brincar, andarilhando por entre o Tempo e o Espaço, conversando com planetas e constelações. Vez por outra se recolhia para observar o movimento do universo e ficava horas e horas a contemplar a harmonia com que tudo funcionava, cada coisa em sua órbita, com tamanha exatidão, como uma interminável canção, daquelas que a gente escuta e nunca se cansa. Mas quando ele cansava, encostava a cabeça em alguma estrela e dormia...

Mas o pequeno menino gostava mesmo era de deixar a galáxia onde morava e percorrer o Espaço sem pressa, parando quando fosse necessário para admirar a beleza da criação. Ele fazia questão de conhecer não só as grandes galáxias e constelações pelas quais passava, mas sobretudo as estrelas mais pequeninas. Estas tinham o especial afeto de seu coração. Podia parecer inútil, sem fundamento... “Ora, com tantas coisas bonitas no universo, quem se importaria com estrelinhas”? - O pequeno menino!!- Ele gostava de visitar uma a uma, a ponto de conhecê-las pelo nome.

Certo dia, brincando, ele avistou ao longe uma Estrela. Era nova até então para o menino, mas sua figura distante o cativava de tal maneira que era como se nela existisse uma Presença escondida (embora ela parecesse estar tão longe que mal dava pra perceber o seu brilho!!). Então o menino colocou suas pequenas riquezas em uma sacola e viajou. Percorreu um longo trajeto, por milhares de anos luz, enfrentando todo o tipo de tempestades, provações e privações, orientado por aquele brilho simples e misterioso, até que alcançou-a.! Aquela havia sido sua mais longa jornada. Dava a impressão de ter durado toda uma vida...

Parou diante da Estrela, admirou-a e, inebriado pela misteriosa Presença, saboreou um silêncio eloqüente (pois Estrelas não falam com palavras!) que envolvia todo o seu ser. Era a mais doce harmonia que o menino ouvira em toda a sua vida. Desejava ele que aquele momento jamais cessasse. Quis ser um com ela. De repente, olhou para si mesmo, mas não mais se percebeu. Sem se importar, aninhou-se por ali . Ele estava exausto, porém feliz...

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