terça-feira, 13 de janeiro de 2009

(imagem do filme "O Carteiro e o Poeta", um dos meus preferidos)


Hoje acordei com vontade de ficar bem mais tempo na cama,

de comer alguma coisa que eu ainda não sei o que é,

de ler os poemas de Neruda,

de ficar sentindo o vento, fresquinho, batendo na minha pele

enquanto eu estivesse ouvindo o silêncio, a sós com Deus.

.

Estou no escritório,

está muito calor,

e eu já sei de cor e salteado o cardápio do restaurante vegetariano que eu almoço!

Ainda bem que um dos desejos eu posso pegar com a mão...




O Vento na Ilha - Pablo Nerruda



O vento é um cavalo
Ouça como ele corre
Pelo mar, pelo céu.
Quer me levar: escuta
como recorre ao mundo



para me levar para longe.
Me esconde em teus braços
por somente esta noite,
enquanto a chuva rompe
contra o mar e a terra
sua boca inumerável.



Escuta como o vento
me chama galopando
para me levar para longe.
Com tua frente a minha frente,
com tua boca em minha boca,
atados nossos corpos



ao amor que nos queima,
deixa que o vento passe
sem que possa me levar.
Deixa que o vento corra
coroado de espuma,
que me chame e me busque



galopando na sombra,
entretanto eu, emergido
debaixo teus grandes olhos,
por somente esta noite
descansarei, amor meu.

2 comentários:

Andréia Medrado disse...

E Neruda sempre presente nos momentos de solidão acompanhada!
Grazi, amiga... tocar o que se deseja é bom!
Pensemos em desejar o que tocamos!
Deverá, sem dúvida, ser infinitamente melhor!

Rezando por você: sua irmã Déia!

Anônimo disse...

Olá amiga :)


Neruda é um dos meus poetas favoritos. Sabe de uma coisa, devo confesar que a arte é capaz de salvar vidas, seja um poema, uma música, um filme, enfim, a arte nos tráz de volta à vida. E, a foto do filme O carteiro e o poeta, por Deus, que película maravilhosa.

Paz e 2009 vamos "detonar"!!! rs.

Abraços amiga,